ATENÇÃO SUP ALERTA !

ATENÇÃO SUP ALERTA !
Por favor, leiam atentamente este post e repassem ao maior número de praticantes no Brasil.
Abro este espaço para levantar um ALERTA aos praticantes de Standup Paddle (SUP), nadadores ou qualquer tipo de usuário de equipamento náutico que costume aventurar-se perto de portos e embarcações em qualquer litoral, rio ou bacia no Brasil.
Texto Original de: Camila Pedrosa, Bruno Machado e Rogério Bessa, todos profissionais da Marinha Mercante do Brasil, com colaboração de Flávio Ramalho, Presidente de ASUP-CE.

  • Quem nunca teve aquela curiosidade de chegar mais próximo das grandes embarcações atracadas no Porto?
  • Dar aquela tocada no costado ou ver de pertinho o leme e propulsores destas embarcações? 

Depois do atentado às Torres gêmeas, em 2001, os Portos são obrigados a coibir estes eventos, através da aplicação do “Código Internacional de Segurança de Navios e Instalações Portuárias” (ISPS Code). 

NÃO FAÇA ISSO, É RISCO DE VIDA
NÃO FAÇA ISSO, É RISCO DE VIDA

Este foi o papo de uma remada de fim de tarde, o fato de muitos supistas chegarem no costado das embarcações, manobrarem ao redor delas ou remarem no canal de manobra usado por eles.

 Por conta dessa mistura de curiosidade e aventura resolvemos abordar este assunto trazendo algumas informações que vão nos deixar cientes dos riscos a que estamos expostos.

Tanto navios quanto rebocadores, todos utilizam como meio de deslocamento um propulsor (hélice).  E aqui que se encontra o risco, primeiramente falarei sobre os diferentes tipos de propulsão e após explicarei qual o risco.

 A grande maioria dos petroleiros atracados no Porto utiliza somente a propulsão na popa (ré), o que consiste de um grande hélice a frente do leme.

Os hélices podem ser de passo Fixo ou Variável.

O que seria passo fixo ou variável?

 O passo é o angulo de abertura das pás do hélice. Ao falarmos em fixo ou variável estamos falando do angulo de abertura das pás dos hélices.

Em uma propulsão de passo fixo as pás do hélice tem um angulo FIXO, aonde o deslocamento de um navio para vante ou para ré vai depender do sentido de rotação do motor principal dessas grandes embarcações, isso quer dizer que, sentido de rotação para a direita vc terá um deslocamento para vante e sentido de rotação para a esquerda você terá um deslocamento para ré.

Cuidados: Nos navios de passo fixo se deve ter cuidado, pois  mesmo o navio estando parado no Porto eles podem partir e parar o motor a qualquer momento e esse processo ocorre num curto período, afim de não mover a embarcação. 

A bordo antes de qualquer partida do motor principal há uma comunicação entre o pessoal da embarcação, que sempre conferem se a área esta limpa ao redor da embarcação antes de girar o motor. Mas não vamos contar com a sorte e colocar nas mãos dos outros a nossa segurança.

No caso do passo fixo, se a embarcação der máquina à ré ocorrera uma sucção daquele volume de água na área da popa, e se nessa hora um supista estiver ao redor será puxado junto daquele volume d’água. Ele não será sugado instantaneamente, mas com certeza o deslocamento de água será suficiente para lhe derrubar e ir lhe puxando ao encontro das pás.

O oposto ira ocorrer se for para vante, pois as pás empurrarão um volume d’água para trás podendo lhe derrubar da prancha caso esteja muito próximo da área.

Em uma propulsão de passo variável ocorrera à variação do angulo das pás do hélice aonde a mudança de deslocamento ocorrera sem a necessidade de inversão do sentido de rotação já que o angulo de abertura da pá ira determinar se a embarcação movera para vante, para ré ou se ficara parada. Parada? Sim, em navios de passo variável  podemos ter o hélice girando sem ter o deslocamento da embarcação, já que nesta situação o  passo (angulo) será zero (0). A hélice gira, mas não desloca volume algum de água.

Cuidados: Na teoria este tipo de propulsão não deveria apresentar risco,  já que não ha deslocamento de volume d’água devido ao angulo de abertura das pás ser zero. Mas muitas vezes o sistema pode estar com uma diferença, isso quer dizer que, o angulo pode não estar ajustado corretamente e caso haja variação haverá o deslocamento de água.

Thrusters, são propulsores que podem estar distribuídos a vante ou/e a ré, e que permitem o movimento lateral da embarcação. Como saber se a embarcação tem thrusters avante ou a ré?

Simples. No costado ou casco da embarcação haverá a identificação da localização deste thruster, normalmente se da por um circulo com um X dentro ou um circulo com o desenho de um propulsor dentro deste circulo. Você saberá que abaixo da linha dagua naquela area do desenho ha um propulsor. Se estiver a vante da embarcação denomina-se bow thruster e se estiver a ré stern thruster.

Eles não ficam para fora do casco, eles ficam inseridos no casco dentro de um túnel,  que atravessa de um lado ao outro a proa ou popa (bow ou stern) e é protegido por uma grade. Lembrando que os thrusters  também  podem ter passo fixo ou variável, a explicação para fixo e variável é a mesma dada acima e os cuidados os mesmos mencionados acima por termos deslocamento de água.

O único cuidado extra é pelo fato das embarcações dotadas deste tipo de propulsão poderem manobrar sem o auxilio de um rebocador, portanto a qualquer momento ela pode começar a manobrar para desatracar e se você estiver na proximidade sentirá a potência dos thrusters e o turbilhão de água criado por eles.

Azimuth thrusters, para explicar os azimuths pegarei como exemplo um destes ventiladores que temos em casa que ficam girando para os lados. Os Azimuths são propulsores que podem girar 360 em torno de um eixo, embarcações menores utilizam os azimuths para propulsão na popa, a vantagem no uso de azimuths é que com eles não é necessário o uso do leme, dada a autonomia de giro que substitui o leme.

Se os Azimuths forem usados na popa para propulsão, estes ficarão para fora do casco em pares, um de um bordo e outro no outro bordo, ambos a ré.

Se forem utilizados para deslocamento lateral, estes serão retrateis. O que significa retratil? Eles recolhem quando atracados, por causa da profundidade no local. Os azimuths tbem podem ser de passo fixo ou variável, e para identificar um azimuth basta olhar para o casco e verificar se encontra o símbolo de um circulo com um X dentro e na parte superior do circulo haverá uma seta.

Portanto, deve-se evitar aproximar de embarcações que estejam atracadas ou navegando, ocasião em que estas poderão ter limitações à manobrar para desviar, devido estarem em águas restritas. Colaboramos assim, com a Marinha no seu papel de garantir a segurança à navegação e a salvaguarda da vida humana no mar.

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