Batismo de SUP – Walter Cortez (Prof. Educação Física – Unifor)

Por Walter Cortez
Professor da Universidade de Fortaleza – UNIFOR
Curso de Educação Física
.

Walter e a experiência ancestral

Hoje tive a maravilhosa oportunidade, dada pelo amigo Flávio, de experimentar uma atividade que é um pouco esporte, um pouco atividade física, um pouco terapia física e mental, além de um ótimo lazer… O Stand Up Paddle Board ou, simplesmente S.U.P. Board.
Eu conhecia a modalidade pela internet e pelo contato que tenho com a história do surf, pois sou um grande apreciador de esportes e atividades ligadas à natureza, sou praticante de mergulho autônomo, de vôo livre em asa delta, e já pratiquei outras diversas atividades ligadas a recursos naturais como o vento, a água, a terra e as matas… onde, gostaria de destacar o wind surf, e o próprio surf, a canoagem, a espeleologia esportiva (exploração de cavernas), as pedaladas em trilhas naturais… a lista é enorme.
Quando descobri que havia um camarada ligado ao SUP aqui em Fortaleza, fui logo em busca de fazer contato. Para minha alegria, descobri que este camarada era nada mais, que um velho conhecido de infância, o Flávio Ramalho, que compartilha das mesmas alegrias e vontades de estabelecer relação com nossa divina natureza e apreciar as atividades que Papai do Céu nos oferece aqui.
Sou graduado em educação física com especializações ligadas à performance física e ao treinamento físico. Sou professor universitário e dentre as disciplinas que leciono, uma delas é a “Esportes com a Natureza”, uma disciplina que trata justamente das modalidades e atividades esportivas ligadas à natureza, mais precisamente as que necessitam de um recurso natural como vento, águas naturais, matas e florestas. Pela necessidade de conseguir uma aula de demonstração de SUP para meus alunos, surgiu a idéia de colocar o Flávio na jogada e combinamos uma aula de campo. Entretanto, eu não poderia levá-los sem antes experimentar o fato de remar em pé sobre uma prancha, como os antigos polinésios, então, marcamos na praia para uma remada de SUP.
Logo no primeiro contato com o equipamento me surpreendi com a qualidade e precisão na fabricação do mesmo. Bem diferente das pranchas de surf o que mais me impressionou foi o “shape” das pranchas, com detalhes que entendendo um pouco delas, logo se vê o cuidado para com a performance na água, com bordas precisas e rabeta cuidadosamente desenhada, sem falar no fundo, ricamente trabalhado para uma perfeita hidrodinâmica; o encapamento é feito com a mais moderna tecnologia e uso de materiais leves e muito resistentes, nada a ver com as pranchas de surf usuais. Os remos são fabricados com alguma variedade de material, mas todos com intenção de leveza e precisão nas remadas, visando economia de esforço e máximo rendimento, onde o material destaque é a fibra de carbono, mas o grande segredo é o seu desenho e a precisão no comprimento, que deve ser bem individualizada.
Fotos do Batismo de Walter

Ao entrar na água, sob as orientações do Flávio, logo senti que a prancha de SUP tem muita flutuação para o seu tamanho e peso. Eu peso 75 kg e eu usei uma 10’ para onda, mas com ótima possibilidade de fazer travessias. A prancha me ofereceu muita segurança na hora de ficar de pé e me equilibrar, mas por ser na água, percebi que essa atividade exige muita concentração e já gostei disso…

Logo na primeira tentativa consegui sair remando de pé e acabei achando bastante fácil fazer pequenos percursos com curvas usando o remo, indo e voltando, alternando trechos contra e a favor da correnteza. Porém, percebi que exige muito da musculatura dos tornozelos, dos pés e, devido a necessidade de manter a estabilidade de todo o corpo em cima da prancha, acaba exigindo também, um certo esforço de músculos ligados ao equilíbrio.
Como professor de educação física, tive a curiosidade de ficar atento a atividade como exercício, o que achei fantástica. As remadas em pé nos proporcionam um excelente trabalho muscular em uma região chamada de “Core”, que envolve a musculatura média do corpo (abdominais anteriores, laterais e músculos lombares, além de outros músculos mais profundos e adjacentes a estes) e é muito importante na saúde corporal e na força geral dos indivíduos, além de ser fundamental na postura geral.
O andamento das remadas também envolve grupos musculares superiores (dos braços, dos ombros, dos paravertebrais, etc) e inferiores (dos glúteos, dos anteriores e posteriores das coxas) o que torna o SUP um excelente exercício para a saúde corporal geral. Cerca de 48 minutos de remadas contínuas, num mar bem calmo e com pouco vento me fizeram um gasto calórico aproximado de 357 Kcal ( eu estava com um frequencímetro aferido para minha idade e peso, o que ofereceu subsídios para este cálculo), minha frequência cardíaca média ficou em torno de 136 batimentos por minuto (variou de 128 a 144 durante todo o tempo da remada), o que me fascinou ainda mais, pois o SUP, além de ser muito divertido e de ser um excelente esporte em contato com a natureza, é também uma excelente maneira de “malhar” o corpo envolvendo atividades músculoesqueléticas e cardiovasculares, suprindo todas as necessidades gerais dos indivíduos. Para os mais ligados, ainda é uma ótima maneia de meditar, na presença de visuais como o mar, os peixes e outros seres marinhos (onde eu estava ocorrem muitos botos e alguns tipos de gaivotas) e com o som da brisa nos ouvidos… Precisa mais???
Eu convido a todos que lerem este relato a experimentarem e desfrutarem do Stand Up Paddle, seja com o objetivo de fazer um bom exercício físico, ou para apreciarem e desfrutarem das maravilhas das atividades em contato com a natureza…
Be Sociable, Share!