Surf e Saúde – Prevalência de dor em praticantes de SUP

Fonte: http://www.mormaii.com.br/wp/noticias/2010/10/surf-e-saude-prevalencia-de-dor-em-praticantes-de-sup/
Autor: Juliana Pinheiro

Juliana Pinheiro estuda e pratica o stand up paddle FOTO Arquivo Pessoal

Juliana Pinheiro estuda e pratica o stand up paddleO stand up paddle ou SUP foi criado pelos havaianos. É um esporte novo no Brasil, mas um dos mais antigos e tradicionais esportes de prancha do mundo.

É uma variante do surf com uma prancha maior e de maior flutuação, que oferece mais resistência contra a água. Há uso de remo, assim como kaiak, canoagem ou rafting, porém o praticante o utiliza em pé, se equilibrando sobre a prancha.

Pode ser praticado no mar com ondas, na modalidade surfing, e na modalidade crossing, na qual se rema por longas distâncias. O objetivo do estudo foi verifcar se os praticantes de SUP apresentam queixa de dor, tanto pela utilização de um remo como alavanca, como pelas manobras realizadas na modalidade surfing.
O SUP é um esporte que está sendo muito bem aceito pelas mais variadas faixas etárias devido à facilidade de praticá-lo, quando em águas paradas, e pelos benefícios que pode trazer.

Já chegou a ser comparado com pilates, pela estimulação da propriocepção, e tem sido usado como forma de treinamento para triatletas por dar condicionamento físico, cardíaco e fortalecimento do centro de força abdominal.
Há uma necessidade de maiores pesquisas no assunto, já que a disfunção mecânica no ombro é considerada como maior fator contribuinte no desenvolvimento de dores em remadores (WALSH M., 1989) e no Brasil há pouca informação tanto para prevenir possíveis lesões neste esporte, quanto para tratá-las.

Foi realizada pesquisa através de questionário objetivo perguntando idade, modalidade e tamanho da prancha. Se o praticante utiliza remo adequado para sua altura, há quanto tempo e qual a freqüência que rema, se sente algum tipo de dor, como avalia essa dor (utilizando escala EVA) o que utiliza para tratar a dor, se conhece quiropraxia e se já foi tratado por algum quiropraxista.

Participaram da pesquisa 24 praticantes de Stand Up Paddle, 7 da modalidade crossing, e 17 da modalidade surfing. Dentre estes 2 mulheres e 22 homens, de 26 a 47 anos de idade, 21 brasileiros, 2 havaianos e 1 francês.
Deles, 5 não tinham dor alguma, 6 apresentaram queixa de dor no joelho durante e após a remada, tanto em remadas de longa distância, quanto surfando, 7 apresentaram dores no ombro, 5 apresentaram queixa de torácica baixa e lombar.

Quanto à quiropraxia, 9 não conheciam, dos 15 que conheciam, 8 já haviam sido ajustados por um quiropraxista e afirmaram ter tido bons resultados quanto à melhora da dor causada pela prática do SUP. Dos participantes que apresentaram dores nos ombros, 1 deles não tinha o remo cortado de acordo com sua altura. Os praticantes que não sentem dor alguma, são aqueles que percorrem longas distâncias diariamente.

Os que apresentam dor no joelho, em sua maioria praticam em mar com ondas, ou já apresentavam queixas anteriores. Os pacientes com dor lombar apresentaram queixa em outras regiões, talvez, pois o equilíbrio e controle postural são deficientes em indivíduos com esta queixa (PANJABI ET AL, 2005) fazendo com que outras regiões, tais como ombro e cervical sejam sobrecarregadas.

Através deste estudo podemos considerar a importância de pesquisas no esporte, tanto como forma de elucidação da população para os cuidados, benefícios e possíveis lesões, quanto para sugerir novas formas de tratamento, não invasivo e não medicamentoso, como a quiropraxia.

Cabe lembrar que quiropraxistas tratam atletas por três razões: melhora do desempenho através de maior liberdade de ação das articulações e dos músculos, prevenção e o cuidado de lesões (CHAPMAN-SMITH,2001).
Juliana Pinheiro
Estagiária de Quiropraxia
Universidade FEEVALE
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